Universidade Lusófona do Porto
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Ciclo de Conferências: Aula Prática #2

Aula Prática. Ciclo de Conferências de Arquitetura sobre o exercício da prática arquitetónica, onde os arquitetos convidados irão apresentar as suas obras mais significativas.

Primeiro convidado:  Nuno Valentim Lopes (Porto, 1971) é licenciado em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (1995), Mestre em Reabilitação do Património Edificado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (2007) e Doutor em Arquitectura (FAUP, 2016) com a tese “Projecto, Património Arquitectónico e Regulamentação Contemporânea – Sobre práticas de reabilitação no património corrente”. Entre outras obras é autor do projecto de reabilitação da Casa Andresen/Galeria da Biodiversidade no Jardim Botâncico do Porto e do projecto de Restauro e Modernização do Mercado do Bolhão. Os seus projectos foram galardoados nacional e internacionalmente.

“O Lodo, as Estrelas e os Sábios” – Documentário

“O Lodo, as Estrelas e os Sábios” é um documentário que vive entre a coragem da aventura modernista de um conjunto de jovens arquitectos, nos anos 50 e 60 do século passado, num lugar remoto, e a dura experiência humana, feita de muito esforço e suor, de a construir.
João Archer (25 anos), Rogério Ramos (sobrinho de Carlos Ramos) e Manuel Nunes de Almeida, com 25, 26 e 29 anos, respectivamente,  foram os autores deste projecto.
A acção é um intercalar entre a visita da arquitecta e professora Graça Correia Ragazzi e um jovem arquitecto às centrais hidroeléctricas, situadas em Trás-os-Montes, junto à fronteira Portugal-Espanha, e textos retirados do polémico “O Lodo e as Estrelas”, escrito por um padre  (o padre Telmo Ferraz), sobre os trabalhadores, seres humanos frágeis, muitas vezes doentes, a viver longe das famílias, que ouviu com grande sensibilidade. Inclui ainda uma surpresa proporcionada a um dos arquitectos do empreendimento, João Archer de Carvalho, personalidade fundamental para explicar como se processaram os trabalhos e como se construiu o bairro onde habitaram os trabalhadores, o pessoal especializado e o pessoal dirigente (os “sábios”, segundo se dizia).
Assim se consegue ter um retrato completo, com uma componente ao mesmo técnica e funcional, dedicada ao objetivo de electrificação do país, a estética de vanguarda (sobretudo para a altura) e a dimensão humanista fundamental para se perceber o que era viver num Portugal pobre, feito de gente que tinha de lutar para viver com o mínimo de dignidade que muitas vezes lhe era negada.
O trabalho é assinado, tal com aconteceu com o documentário sobre o arquitecto Ruy d’Athouguia e o arqueólogo Cláudio Torres, por Ricardo Clara Couto e Nuno Costa Santos. A produção volta a ser da Clara Amarela Films.